Quem sou eu

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A primeira vez que ouvi uma história, ganhei o presente mais precioso da minha vida e nesse decurso de ler, ouvir e contar histórias tive o primeiro encontro com meu eu, descobri então, o fascinante universo que há em todos nós, um universo de imensurável grandeza que de forma simples e encantadora tem me feito avaliar a cada momento, minha pequenez nesta divina arte de viver! O objetivo primacial do meu trabalho é carinhosamente contagiar o público com esta arte milenar; a intenção também é resgatar a figura do contador de histórias tradicional e mostrar a importância da narração de Histórias.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Curso de PÓS-GRADUÇÃO A Arte de Contar Histórias –Abordagens poética, literária e performática.Mais duas semanas de prorrogação nas inscrições e o início das aulas será adiado para 27 de março. Aproveite esta oportunidade! Nos veremos lá!

2012-2013ABERTURA DAS INCRIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DA 4ª TURMA DE PÓS-GRADUAÇÃO A ARTE DE CONTAR HISTÓRIASAbordagens poética, literária e performática PARCERIA: SIEEESP/FINOM(Faculdade do Noroeste de Minas/SEAD (Serviços Educacionais a Distância) Iniciaremos em 13 de março de 2012 (terça-feira) das 19h15 às 22h15 uma nova turma do curso de PÓS-GRADUÇÃO A Arte de Contar Histórias –Abordagens poética, literária e performática.1.      As aulas acontecerão todas as terças-feiras, exceto feriados, das 19h15 às 22h15. O curso tem a carga horária total de 400 horas (incluindo preparo do TCC) e duração de 19 meses, contando com a escrita e entrega do TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).2.      Do programa do curso:Disciplinas
1.      Fundamentos da Arte de Contar Histórias
Prof. Ms. Giuliano Tierno de Siqueira
2.      Produção escrita poético-literária
Prof. Ms. Giuliano Tierno de Siqueira (e professores convidados)
3.      Contos tradicionais
Prof. Ms. Robson A. Santos.
4.      Memória, imaginação e imaginário: da tradição filosófica à arte da oralidade.
Prof. Ms. Fernando Chuí
5.      Psicanálise nos Contos de Fadas
Prof. Ms. Ivani Magalhães
6.      Jogos Teatrais: o jogo cênico como fundamento performático
Prof. Silvionê Chaves
            7. A narratividade em cena: como o teatro absorve e utiliza-se da narrativa oral na contemporaneidade.
Prof. Ms. Ligia Borges
8.      Performances narrativas
Profa. Especialista Simone Grande
9.      A formação da biblioteca do narrador
Profª. Ms. Ângela Castelo Branco
10.  Laboratório de manipulação de objetos
Profa. Especialista Kelly Orasi
11.  Laboratório de criatividade
Profa. Especialista Vânia Maria Cavallari e professores convidados.
12.  Laboratório de criação de canções
Prof. Ms. Fernando Chuí
13.   A corporeidade da palavra e a tatialidade do dizer do corpo
Prof. Dra. Juliana Jardim
14.  Metodologia da Pesquisa Científica
Prof. Ms. Luiz Felippe da Matta Ramos
15.  TCC – Trabalho de Conclusão de Curso.
 3.      O valor total do curso é de R$ 7.410,00 (sete mil quatrocentos e dez reais) divididos em 19 mensalidades de R$ 390,00 (trezentos e noventa reais) com vencimento todo dia 10 de cada mês.*Desconto de 10% para sindicalizados do SIEEESP, funcionários públicos de todos os níveis de estado e cooperados pela Cooperativa Paulista de Teatro: nestes casos o curso terá o valor total de R$ 6.669,00 (seis mil seiscentos e sessenta e nove reais) divididos em 19 mensalidades de R$ 351,00 (trezentos e cinqüenta e um reais) com vencimento todo dia 10 de cada mês.4.      As inscrições poderão ser efetuadas pessoalmente de 16 de janeiro a 17 de fevereiro de 2012 das 8h às 17h no Departamento de Cursos (com Izabel ou Eduardo) do SIEEESP (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo), situado à Av. Dr. Altino Arantes, 225 – Vl. Clementino – São Paulo/SP (próximo à estação de metrô Santa Cruz – linha azul). Telefone para informações: 11 – 5583-5523.5.      Para efetuar a inscrição o candidato deverá entregar pessoalmente ao SIEEESP a seguinte documentação: Xerox de RG, CPF, Certificado de Conclusão de Graduação, breve currículo descrevendo as experiências de formação e profissionais e preenchimento de ficha de inscrição no ato de entrega da documentação.6.      Após a inscrição os candidatos passarão pela seguinte seleção: análise de currículo e entrevistas nos dias 27, 28 e 29 de fevereiro de 2012 (previamente agendadas para realização de maneira individual pela coordenação do curso com cada candidato das 19h às 22h).7.      Matrículas: 5, 6 e 7 de março de 2012 de segunda a quarta-feira das 19h às 22h no SIEEESP (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo), departamento de cursos com a coordenação do curso. No ato de matrícula o candidato deverá entregar: documentação completa (2 fotos 3x4, Xerox autenticado do certificado de conclusão de curso de graduação, Xerox autenticado do histórico escolar, Xerox da certidão de nascimento ou casamento, Xerox de reservista, Xerox do título de eleitor, Xerox de comprovante de residência e comprovantes da última eleição), efetuar o pagamento da primeira, das 19 mensalidades. As mensalidades terão o vencimento todo dia 10 de cada mês a partir do mês de março de 2012, portanto no ato da matricula o candidato deverá efetuar o pagamento da primeira parcela com dinheiro ou cheque pré-datado para o dia 10 de março referente à primeira mensalidade. As demais mensalidades serão consecutivas e terão vencimentos via boleto bancário todo dia 10 de cada mês a partir de abril de 2012.9.      Início: 13 de março de 2012 – Término: Outubro de 2013INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES
11 - 5583-5523
Ou
e-mail: contarhistorias.pos@gmail.com
 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A Galinha Ruiva

Era uma vez uma galinha ruiva, que morava com seus pintinhos numa fazenda.
Um dia ela percebeu que o milho estava maduro, pronto para ser colhido e virar um bom alimento.
A galinha ruiva teve a idéia de fazer um delicioso bolo de milho. Todos iam gostar!
Era muito trabalho: ela precisava de bastante milho para o bolo.
Quem podia ajudar a colher a espiga de milho no pé?
Quem podia ajudar a debulhar todo aquele milho?
Quem podia ajudar a moer o milho para fazer a farinha de milho para o bolo?
Foi pensando nisso que a galinha ruiva encontrou seus amigos:

- Quem pode me ajudar a colher o milho para fazer um delicioso bolo? - Eu é que não, disse o gato. Estou com muito sono.
- Eu é que não, disse o cachorro. Estou muito ocupado.
- Eu é que não, disse o porco. Acabei de almoçar.
- Eu é que não, disse a vaca. Está na hora de brincar lá fora.
Todo mundo disse não.
Então, a galinha ruiva foi preparar tudo sozinha: colheu as espigas, debulhou o milho, moeu a farinha, preparou o bolo e colocou no forno.
Quando o bolo ficou pronto ...
Aquele cheirinho bom de bolo foi fazendo os amigos se chegarem. Todos ficaram com água na boca.
Então a galinha ruiva disse:
- Quem foi que me ajudou a colher o milho, preparar o milho, para fazer o bolo?
Todos ficaram bem quietinhos. ( Ninguém tinha ajudado.)
- Então quem vai comer o delicioso bolo de milho sou eu e meus pintinhos, apenas. Vocês podem continuar a descansar olhando.
E assim foi: a galinha e seus pintinhos aproveitaram a festa, e nenhum dos preguiçosos foi convidado

O menino e a avó gulosa

O menino só possuía um guiné. Numa ocasião de necessidade matou o guinezinho e saiu pra adquirir farinha. Quando voltou, a avó, que morava com ele, comera o guinezinho inteiro. O menino reclamou muito e avó lhe deu um machadinho.
Saiu o menino pela estrada e encontrou o pica-pau furando uma árvore com o bico.
– Pica-pau! Não se usa mais o bico para cortar pau. Usa-se um machadinho como esse…
- Oh! Menino! Empreste-me o machadinho.
O menino emprestou o machadinho ao pica-pau e este tanto bateu que o quebrou.
O menino recomeçou a choradeira:
- Pica-pau, quero meu machadinho que minha avó me deu, matei meu guinezinho e minha avó comeu.

O pica-pau deu ao menino um cabacinho de mel de abelhas. O menino continuou a viagem e lá adiante viu o papa-mel lambendo um barreiro que só tinha lama.
– Papa-mel! Não se usa mais beber lama. Usa-se beber um melzinho como esse…
- Oh! Menino! Me dê um pouquinho desse mel!
Que pouquinho foi esse que o papa-mel engoliu todo o mel e ainda quebrou o cabacinho. O menino abriu a boca no mundo, berrando. O papa-mel presenteou-o com uma linda pena de pato. O menino seguiu.
Lá na frente encontrou um escrivão escrevendo com uma pena velha e estragada.
– Escrivão! Não se usa mais escrever com uma pena estragada como essa e sim com uma boa e novinha como esta aqui…
- Oh! Menino! Empresta-me tua pena…
O bobo do menino emprestou a pena. Num instante o escrivão estragou a pena. O menino cai no prato. O escrivão lhe deu uma corda.
Depois de muito andar, o menino avistou um vaqueiro tentando laçar um boi com um cipó do mato.
– Vaqueiro! Não se usa mais laçar boi com cipó e sim com uma corda como essa.
– Oh! Menino! Me empresta essa corda.
O menino, vai, emprestou. Num minuto o vaqueiro laçou o boi mas rebentou a corda.
Novo chororô do menino. O vaqueiro lhe deu um boi.
O menino viu a onça, uma enorme, comento um resto de carniça.
– Onça! Não se usa mais comer carniça e sim um boi como esse meu!
- Oh! Menino! Me dê o seu boi!
E comeu o boi. O menino ficou no soluço, choramingando e pedindo o boi:
- Onça, me dê meu boi que o vaqueiro me deu; o vaqueiro quebrou minha cordinha, a cordinha que o escrivão me deu; o escrivão quebrou minha peninha, a peninha que o papa-mel me deu; o papa-mel bebeu meu melzinho, o melzinho que o pica-pau me deu; pica-pau quebrou meu machadinho, o machadinho que minha avó me deu; matei meu guinezinho e minha avó comeu!
A onça como não tinha coisa alguma para dar ao menino, disse, rosnando:
- O boi foi pouco e vou comer você!
E comeu o menino.
CASCUDO, Luís da Câmara.

Guiné: galinha d’angola
Papa-mel: animal carnívoro da família dos mustélidas; irara

ESTÓRIAS DE ASSOMBRAÇÃO

O homem morreu. Sua casa tonou-se mal-assombrada. Ás noites ouviam-se gritos: "Eu caio, eu caio". Certo dia um homem corajoso resolveu entrar na casa e saber do acontecimentos. Ficou esperando, esperando... Muito tarde da noite, quando já havia perdido as esperanças de mostrar sua coragem, ouviu gritos: "Eu caio, eu caio". Então ele respondeu: "Pode cair". E do teto caiu um pé com a perna direita. Outra vez: eu caio, eu caio. Pode cair, tornou responder o corajoso. E assim foram caindo as partes do corpo humano. Quando caiu a cabeça, o homem falou: "Era muito rico e guardava todo dinheiro no buraco da madeira (carnaúba) que já estava velha." Deu todo o dinheiro para o corajoso que foi para sua casa gozar da fortuna inesperada. A casa se desencantou.
(Maria Duarte - Fazenda Grande - BA - 1979).

***

Era no tempo das lamentações das almas. Quem acompanhava a procissão não devia voltar. Uma mulher quis retornar a casa. Havia esquecido as velas. Já estava na Quarta parada. Ninguém que ela voltasse. Mas a mulher insistiu e foi. Quando esta no meio do caminho apareceu uma coisa feia, o diabo talvez. Assustou-se e começou a gritar, mas ninguém a ouvia. Pediu socorro. De repente apareceram as figuras da mãe, do pai e da avó (já falecidos). Salvaram a moça que poderia desaparecer para sempre.
(Maria Duarte - Fazenda Grande - BA - 1979)

***

Um homem "esmorecido" (medroso) estava sozinho em casa, quando alguém lá entrou com um caixão de defunto, ordenado que o homem o enterrasse. E desapareceu. O homem que morria de medo foi ao cemitério e começou a fazer o buraco. Olhou para o caixão e viu que o nariz do morto era muito largo e saía para o lado de fora. Tentou enterrar e não coube na cova. Tirou o caixão da cova e fez um buraco maior. Tentou novamente e sempre o nariz ficava para o lado de fora. Então pegou uma faca e fez o gesto de cortar o nariz. Quando começou a cortar, do nariz só saía dinheiro. Abriu o caixão e não tinha nenhum defunto, só tinha dinheiro. o homem "esmorecido" ficou muito rico e perdeu pra sempre o medo que tinha.
(Geneliza - Fazenda Grande, 1979).

A assombração

Tinha um grupinho de moços que gostava muito de pregar peças um no outro.

Uma vez eles estavam bebendo numa venda perto do cemitério e um deles saiu antes dos outros, foi na casa dele, pegou um lençol, se enfiou nele e ficou na porta do cemitério, pra assustar os companheiros, quando eles passasem por lá.

Logo que os amigos iam chegando, ele garrou a dar gritos e dançar. Mas, depois ele olhou de lado, deu um berro e caiu duro no chão. Bem perto dele tinha uma assombração igualzinha a ele, também gritando e dançando. Só que não era fingida; era de verdade mesmo.

(Ouvida de uma menina, numa rodinha, talvez em 1939.)

O susto

Numa cidade tinha dois moços que eram muito amigos e não se largavam nunca, pra cima e pra baixo nos seus passeios.

Tinham a fama de serem muito brincalhões e o costume deles era fazer graças e malvadezas em velórios, dando sempre um jeito de assustar alguém. Tinham gosto nesse negócio e chegavam até a faltar com o respeito com algumas famílias, coisa que já tinha dado algumas dores de cabeça pra eles, mas não se endireitavam de nenhum jeito.

Era só chegar de noite, paravam na praça e já perguntavam pro povo que estava ali onde é que tinha morrido gente. E já iam pra lá, já imaginando a graça ou susto que iam fazer no velório.

Uma ocasião tinha morrido um frade do convento lá daquela cidade e eles logo já deram a cara no velório do frade. Mas a turma dos "irmãos" ali já sabia da fama deles e ficaram de olho aberto pra ver o que é que eles iam inventar daquela vez.

Diz que um dos frades falou pra outro:

- Nós precisamos dar uma lição nesses dois.

E cochicharam num canto, lá numa conversa deles.

Lá pelas tantas, bem tarde da noite, estavam no velório só esses dois frades que tinham combinado um negócio, e os dois moços.

Um dos frades falou pra eles:

- Será que vocês não queriam ir buscar uma cuia de água lá no poço pra nós?

Os dois foram e no caminho já iam pensando que na volta é que eles iam fazer a brincadeira deles com os dois frades.

Mas os dois frades tiraram o defunto do caixão e puseram ele sentado numa cadeira e um deles entrou no caixão, fingindo que era o defunto. E o outro, então se escondeu.

Os moços chegaram com a cuia!

- Olhe. Tá aqui a água.

Mas o defunto, sentado na cadeira ali, ficou bem quieto.

E os moços falam outra vez pra eles da água.

Daí, o que estava no caixão se levanta e fala:

- A água é aqui pra mim, moços.

E o outro, escondido ali atrás da porta, vai e desliga depressa a luz e dá um grito alto.

Sei dizer que foi um berreiro e uma correria que não te conto nada!

E dizem que os moços, depois dessa, largaram mão daquele costume deles de assustar os outros.

(José Maria Saes Rosa)

A noiva da meia-noite

Diz que uma moça foi assassinada e enterrada na estrada de São Paulo, em baixo de uma ficheira, perto da ponte do Piracicamirim. E ninguém sabia de nada; a família tinha ela por sumida.

Todos os dia, à meia-noite, ela diz que aparecia no parque da Escola Agrícola, vestida de noiva, e tocava o sino de entrada de serviço dos empregados.

Todos os guardas-noturnos da escola chegaram a ver ela, que ficava o tempo todo passeando no parque. Só um, mais corajoso, chegou perto dela e perguntou o que que ela queria.
Ela, então, disse para ele:
- Fui morta e enterrada aqui perto. Quero que o senhor diga aos estudantes que desenterrem o meu corpo e levem no cemitério, que eu quero descansar num lugar santo.

O guarda contou pros estudantes e eles foram até na ficheira. Cavaram e acharam ali a ossada e mandaram ela pro cemitério.


A moça, então, deixou de aparecer.

(Benedito Ferraz)

A moça misteriosa

Numa cidade viviam três rapazes que se davam muito entre eles e que não se largavam nunca

Moravam todos juntos numa casa, assim que nem uma espécie de república de estudantes.

Eram muito farristas e mulherengos. Era só chegar sábado, já procuravam saber onde é que tinha algum baile ou festa pra irem. E não faziam conta de andar; podia ser léguas longe, davam um jeito e iam.

E tinha um dele que era o valentão do bloco; não tinha medo de nada.

Uma ocasião foram a pé num baile bem longe. Chegaram lá, a festa estava muito boa e os três amigos se divertiam muito. O baile estava cheio de moças bonitas e eles, então, faziam até apostas pra ver quem tirava uma ou outra que tinham achado mais linda.

Quando bateu meia-noite, o que tinha mais juízo, lembrando na pernada que tinham que fazer pra voltar, lembrou a todos que já era hora de irem andando. Mas quê!, os outros nem deram confiança. A festa estava que estava mesmo de arromba.

Daí bate uma hora, duas horas, três horas... Quando foi três e meia, viram mesmo que era bom irem embora.

E vieram, então, pela estrada, cantando e dando risada e falando: "você viu que "boa" que era aquela?", "você chegou a beijar aquela morena?". Assim.

Quando entraram na cidade, naquela hora com ninguém na rua e já batendo quatro horas na igreja, viram, andando na frente deles, uma moça muito bonita, de salto alto, vestido azul e cabelo bem arrumado.

Assobiaram pra ela e ela nada; continuou andando.

Daí um deles disse:

- Olhe. Vamos fazer uma aposta: eu quero ver quem é que é capaz de chegar nela e pedir pra acompanhar ela.

O que era o valentão logo respondeu:

- Mas isso nem tem dúvida que sou eu!

Os rapazes fizeram uma vaca entre eles:

- Tá aqui o dinheiro da aposta. Vamos ver agora.

E o valentão foi e os outros foram embora pra casa.

O moço então chegou pra moça e pediu pra ela se podia levar ela pra casa. Ela parou (e era bonita mesmo!) e disse, muito calma, pro moço, que não convinha ele acompanhar. Mas o tal era muito teimoso e insistiu. Ela disse: "faça então o que quiser."

Foram andando. O moço tentava beijar ela e dar uns abraços e ela não deixava. Mas chegou a pegar na mão dela e viu que estava muito gelada. Quando chegaram na porta do cemitério, a moça parou.

E o moço:

- Ué, que idéia é essa? Parar aqui! Vamos embora pra sua casa.

A moça diz que olhou bem pra ele e disse:

- Mas minha casa é aqui mesmo, moço.

Diz que deu uma bruta tremedeira nele, mas a moça só falou:

_ ... e aprenda nunca mexer com quem não conhece. O que te vale é essa medalha de São Jorge que você tem aí na palma da mão.

E aquelas feições dela, tão bonita, começou a se esfumaçar e ela ficou com cara de caveira. E depois entrou como se fosse fumaça pelos vãos do portão do cemitério e sumiu no ar.

No outro dia a turma veio toda pra dar o dinheiro pra ele que ele tinha ganho da aposta, e perguntando se ele tinha se saído bem com a moça.

O rapaz não abriu a boca. Só disse:

- Guardem esse dinheiro. Comigo já não tem mais dessas brincadeiras.

                                                                      (José Maria Saes Rosa)

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Os aspectos que tornam as histórias dignas de tão grande importância:


1.      Recreativo – possui um suave divertimento para o espírito.
2.      Educativo – pode educar crianças, jovens e adultos. As histórias ficam guardadas em nossas mentes, servindo de lição, advertência ou um conselho edificante – saudável.
3.      Instrutivo – As histórias são ricas de ensinamentos voltados para a cultura geral.
4.      Religioso – podem prestar imensa contribuição ao ensino religioso e à educação religiosa dos povos.
5.      Físico –  As histórias exercem ação benéfica sobre muitas pessoas enfermas:
- para satisfação de uma necessidade de repouso.
- quando o professor percebe o cansaço mental dos alunos, sua indisciplina, conta uma história, um causo, que tem o poder mágico de dar-lhes repouso e prepará-los pra então, retomar a aula.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Qual a importância da história infantil?

As historias agradam e interessam a todos sem distinção de idade, classe social ou nível de formação.
As histórias em suas formas de transmissão fazem parte da cultura de um povo;
A importância das histórias origina-se:
1.      De sua universalidade;
2.      De sua influência;
3.      Dos recursos que oferece aos educadores;
4.      Dos benefícios que poderá proporcionar à humanidade.
Uma boa história é auxilio importantíssimo para a educação infantil.
A história infantil possui grande importância por sua amplitude das tendências psicológicas infantis. (Ex. parábolas de Cristo). A história desperta o gosto pela leitura; ajuda no ensino das demais matérias.
A magia provocada pelo encanto do “Era uma vez...”, de forma sublime chamam a atenção e purificam a imaginação da criança, afastando-a das distrações. Esse encantamento é um recurso didático sem dúvida muito vantajoso ao educador.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Sonhar ... soltar as asas da imaginação!

Conceito da história infantil

A história deve agradar; a criança precisa do condimento, da alegria, da qualidade, da surpresa, do interesse em face às situações ou desfechos imprevisíveis.
     É o relato de um fato verídico ou imaginado, apresentado com as necessárias modalidades psicológicas no mundo infantil:
1.      Linguajar apropriado;
2.      Mímica profusa (lei da imitação) – as histórias satisfazem o desenvolvimento construtivo dessa característica da criança, pois lhe despertam o interesse como também canalizam sua imitação para o bem. Imitam ações nobres, sentimentos elevados auxiliam o início na vida moral;
3.      Dramatização no que for possível;
4.      Apresentação com interferências (lei da atividade infantil);
5.      Tornado interessante pela originalidade e atração pessoal (lei da vivencia infantil – que a tudo procura personificar e dar vida)

Tirar da infância os jogos, as brincadeiras sadias, com certeza, é cortar uma parte da infância. No entanto, muitas vezes o que acontece atualmente, é que a sociedade de forma caprichosa, cuidadosa, metodicamente vem diminuindo ou substituindo o jogo pela sua caricatura (reprodução deformada) ou falsificação, iludindo a sensibilidade e desvirtuando o instinto lúdico da criança.
“Ora uma das formas de jogo que vem sendo falsificada ou caricaturada é o conto falado ou lido, composto para as crianças, é a Literatura Infantil”. (Cecília Meireles).

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O que é a história infantil, qual sua importância e qual sua relação com o público infantil?

Uma história infantil, é fruto de inteligência já cultivada e amadurecida, de quem conhece por estudo, ou intuição, as qualidade ou requisitos que devemos encontrar numa narrativa destinada a crianças.
Todos quantos tenham qualquer parcela na formação intelectual e moral dos pequenos reconhecem que as histórias que tanto encantam, divertem, instruem e edificam o mundo infantil, é já faz algum tempo, objeto de acurados estudos, observações e pesquisas, cujo fim essencial consiste em aproveitar o máximo possível esta fascinante atividade pedagógica discernindo o que há de mal e  impuro.

Como aproveitar o total valor das histórias?
Como saber escolher, separar o que não é bom?

Todo professor deve ser um bom contador de histórias. E quem tem consciência deve saber que narrar é instruir, comover e agradar.
A história deve:
ENSINAR – INSTRUIR – EDUCAR

Esquecemos de muitas histórias que ouvimos na infância, mas jamais os ensinamentos contidos nas histórias, esses duram para a vida toda. 

(Tente refletir agora sobre algo que aprendeu através de historias, causos, ou experiências vividas, próprias ou não.)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A arte de contar histórias

Os antigos contadores de historias não se preocupavam com cursos, livros ou palestras, eles simplesmente contavam histórias com o objetivo de divertir, como um recurso para acalmar ou adormecer a criança. Porem hoje, contar histórias é centro de interesse devido à grande importância da história na delicada tarefa de educar.
A hora do conto é um momento de muito prestigio que encanta, desperta o interesse, traz alegria para a alma infantil através do sonho e da fantasia.
Quem conta histórias, proporciona à criança:
·         Uma atividade sadia;
·         Uma oportunidade para desenvolver a imaginação;
·         Enriquecer o vocabulário;
·         Completar experiências;
·         Atender à curiosidade da vida em suas estréias pelo mundo do encantamento.
Contar histórias também é um auxilio a psiquiatria para descobrir inquietações, prevenir angustias e desvendar a origem de perigosos recalques.

Portanto para o propósito de educar através das histórias, o contador de histórias deve:
·         Conhecer a técnica que preside e regula sua ação;
·         Informar-se das dificuldades;
·         Dos cuidados que exige seu público;
·         Dos requisitos morais e literários das narrativas mais adequadas;
·         Dos diversos gêneros;
·         Das histórias que mais agradam;
·         Dos segredos relacionados com a mágica.
É preciso estudo, experiência e dedicação.
“Saber a quem contar,quando contar, o que contar e como contar” – Malba Tahan

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Qualidades características de um perfeito contador de histórias:

1.       Sentir, ou melhor, viver a história – Ter a expressão viva, ardente, sugestiva. Narrando com vivacidade, com entusiasmo, empregando em sua narrativa ênfases diversas, jamais cometerá o erro de ser monótono;
2.      Narrar com naturalidade – A história deve ser narrada ao público infantil, com uma linguagem simples e clara; evitar balbuciar (articular imperfeitamente e com hesitação) a narrativa. “Para animar a criança e desapertar sua atenção pela oralidade, as palavras devem conter emoção, sentimento. Frases feitas e floreios literários, não despertam a emoção. O contador deve ter uma linguagem ideal para o espírito infantil ou todo trabalho será em vão;
3.      Conhecer bem a história – O narrador que tem dúvidas, omitindo algo da história, pode impedir o sucesso da narrativa. O contador de histórias que conhece com absoluta segurança o enredo da história, não deve se preocupar com essas hesitações. Já numa situação inversa, se não dominar o enredo da história e ainda assim se arriscar a tentar, estará sendo insensato e irresponsável;
4.      Cuidados durante a narração em relação ao espaço – Conhecer bem o seu público; durante a narração deve-se ter os seguintes cuidados: evitar porta batendo; barulho de conversa na sala ao lado ou no corredor; evitar interrupções durante a narrativa (Coloque uma Placa :NÃO PERTURBE – HORA DA HISTÓRIA!); o contador de histórias e a história devem ser o centro das atenções; evitar conversas  - a história deve ser interessante a ponto de dominar a atenção do público;
5.      Contar dramaticamente (sem exagero) – O exagero da teatralidade pode sacrificar o efeito da narrativa. O que deve sobressair é o enredo da história e não a performance do narrador; contar histórias com o intuito de proporcionar prazer;
6.      Falar com voz adequada, clara e agradável – quanto à altura e volume; quanto ao espaço: sala, auditório, pátio, enfermaria etc;
7.      Evitar ou corrigir defeitos de dicção;
8.      Ser comedido nos gestos – O gesto pode assinalar o ponto culminante de uma história. Devido à importância dos gestos é preciso evitar exageros para não cair no ridículo. A espontaneidade é preciosa para a gesticulação;

9. Emocionar-se com a própria narrativa.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O encantamento dos contos de fada.

As histórias infantis têm papel fundamental na formação do indivíduo, tornando-o criativo, crítico e capaz de tomar decisões. Quando se conta uma história, deve-se ter em mente que aquele momento será de grande valia para a criança, pois através desses contos será formado um banco de dados de imagens que será utilizado nas situações interativas vividas por ela. Recomenda-se que o educador faça todo um ritual antes do momento de contar histórias. O ideal é que o professor, ao contar uma história, tenha uma diversidade de estratégias sendo consideradas como principais: tocar a imaginação dos alunos, saber como utilizar a expressão corporal, o ritmo, o gesto, e principalmente a entonação da voz, fazendo com que nesse momento a criança fique envolvida pelo encantamento e pela fantasia. Sugere-se ao professor que crie em sua sala de aula o livre acesso aos livros através de um cantinho de leitura no qual fiquem disponíveis aos alunos livros, revistas, jornais etc., facilitando o manuseio. Orienta-se que o professor se informe mais sobre os aspectos que estão envolvidos na apropriação no processo da leitura e seus aspectos fundamentais na visão lingüística, psicológica, social e fisiológica. Ressalta-se que quando se tem domínio de certo papel a desempenhar o resultado é totalmente diferenciado e qualificado.