Quem sou eu

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A primeira vez que ouvi uma história, ganhei o presente mais precioso da minha vida e nesse decurso de ler, ouvir e contar histórias tive o primeiro encontro com meu eu, descobri então, o fascinante universo que há em todos nós, um universo de imensurável grandeza que de forma simples e encantadora tem me feito avaliar a cada momento, minha pequenez nesta divina arte de viver! O objetivo primacial do meu trabalho é carinhosamente contagiar o público com esta arte milenar; a intenção também é resgatar a figura do contador de histórias tradicional e mostrar a importância da narração de Histórias.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

ESTÓRIAS DE ASSOMBRAÇÃO

O homem morreu. Sua casa tonou-se mal-assombrada. Ás noites ouviam-se gritos: "Eu caio, eu caio". Certo dia um homem corajoso resolveu entrar na casa e saber do acontecimentos. Ficou esperando, esperando... Muito tarde da noite, quando já havia perdido as esperanças de mostrar sua coragem, ouviu gritos: "Eu caio, eu caio". Então ele respondeu: "Pode cair". E do teto caiu um pé com a perna direita. Outra vez: eu caio, eu caio. Pode cair, tornou responder o corajoso. E assim foram caindo as partes do corpo humano. Quando caiu a cabeça, o homem falou: "Era muito rico e guardava todo dinheiro no buraco da madeira (carnaúba) que já estava velha." Deu todo o dinheiro para o corajoso que foi para sua casa gozar da fortuna inesperada. A casa se desencantou.
(Maria Duarte - Fazenda Grande - BA - 1979).

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Era no tempo das lamentações das almas. Quem acompanhava a procissão não devia voltar. Uma mulher quis retornar a casa. Havia esquecido as velas. Já estava na Quarta parada. Ninguém que ela voltasse. Mas a mulher insistiu e foi. Quando esta no meio do caminho apareceu uma coisa feia, o diabo talvez. Assustou-se e começou a gritar, mas ninguém a ouvia. Pediu socorro. De repente apareceram as figuras da mãe, do pai e da avó (já falecidos). Salvaram a moça que poderia desaparecer para sempre.
(Maria Duarte - Fazenda Grande - BA - 1979)

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Um homem "esmorecido" (medroso) estava sozinho em casa, quando alguém lá entrou com um caixão de defunto, ordenado que o homem o enterrasse. E desapareceu. O homem que morria de medo foi ao cemitério e começou a fazer o buraco. Olhou para o caixão e viu que o nariz do morto era muito largo e saía para o lado de fora. Tentou enterrar e não coube na cova. Tirou o caixão da cova e fez um buraco maior. Tentou novamente e sempre o nariz ficava para o lado de fora. Então pegou uma faca e fez o gesto de cortar o nariz. Quando começou a cortar, do nariz só saía dinheiro. Abriu o caixão e não tinha nenhum defunto, só tinha dinheiro. o homem "esmorecido" ficou muito rico e perdeu pra sempre o medo que tinha.
(Geneliza - Fazenda Grande, 1979).

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