Quem sou eu

Minha foto
A primeira vez que ouvi uma história, ganhei o presente mais precioso da minha vida e nesse decurso de ler, ouvir e contar histórias tive o primeiro encontro com meu eu, descobri então, o fascinante universo que há em todos nós, um universo de imensurável grandeza que de forma simples e encantadora tem me feito avaliar a cada momento, minha pequenez nesta divina arte de viver! O objetivo primacial do meu trabalho é carinhosamente contagiar o público com esta arte milenar; a intenção também é resgatar a figura do contador de histórias tradicional e mostrar a importância da narração de Histórias.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A noiva da meia-noite

Diz que uma moça foi assassinada e enterrada na estrada de São Paulo, em baixo de uma ficheira, perto da ponte do Piracicamirim. E ninguém sabia de nada; a família tinha ela por sumida.

Todos os dia, à meia-noite, ela diz que aparecia no parque da Escola Agrícola, vestida de noiva, e tocava o sino de entrada de serviço dos empregados.

Todos os guardas-noturnos da escola chegaram a ver ela, que ficava o tempo todo passeando no parque. Só um, mais corajoso, chegou perto dela e perguntou o que que ela queria.
Ela, então, disse para ele:
- Fui morta e enterrada aqui perto. Quero que o senhor diga aos estudantes que desenterrem o meu corpo e levem no cemitério, que eu quero descansar num lugar santo.

O guarda contou pros estudantes e eles foram até na ficheira. Cavaram e acharam ali a ossada e mandaram ela pro cemitério.


A moça, então, deixou de aparecer.

(Benedito Ferraz)

Nenhum comentário:

Postar um comentário